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Publicado em 04/03/2015

A cada cinco anos os jogadores da MLS negociam um novo acordo coletivo de trabalho que irá regulamentar as relações de trabalho deles com a liga, com a liga! Lá os contratos dos atletas são feitos com a MLS, não com as equipes em particular. O último documento foi assinado antes da temporada de 2010, ou seja, expirou ao final da temporada passada, sendo necessário para o início da competição a assinatura de um novo acordo, o ponto principal de entrave na negociação é a liberdade de poder escolher por qual equipe atuar, ou o free-agency.

A questão do free-agency

Como o jogador é vinculado à MLS, ele acaba não sendo dono do seu futuro podendo ser transferido para qualquer equipe da liga, dependendo das necessidades da instituição e das equipes envolvidas. Obviamente, os jogadores não são obrigados a assinar com a MLS, ao final do vínculo existe a possibilidade de não renovar com a liga, mas a maioria deles não tem mercado fora do país, aliás os ganhos dos mesmos também são um problema, Kaká, agora o jogador mais bem pago da liga recebe mais do que 160 jogadores que menos recebem juntos, logo, fica difícil para os atletas ter força para negociar a sequência da carreira.

MLS x MLSUP – Os dois lados da negociação

O argumento para que o free-agency não seja instaurado na MLS é que como as equipes são a própria entidade, passaria existir uma competição “MLS x MLS”, prejudicial para a união da liga, outro ponto é a provável selvagem disputa financeira pelo talento, uma vez que os jogadores fiquem livres para escolher a melhor proposta para atuar na competição, os representantes da liga temem que isso acabe fazendo com que sejam feitas “loucuras” e as equipes passem a trabalhar no vermelho. O comissário da liga, Don Garber (foto), declarou ainda no ano passado que, combinados, os desempenhos financeiros das franquias somam um prejuízo de US$100 milhões.

Por outro lado, os argumentos de quem defende a liberdade dos jogadores, além desse fundamental direito, são a possibilidade de desenvolver o esporte com a maior disputa no mercado por atletas cada vez melhores, aproximando a liga de outros mercados e o consequente aumento dos salários, que aliás é outra pauta importante da discussão na negociação do novo acordo coletivo. Robbie Keane, um dos jogadores designados do LA Galaxy, atual campeão da MLS, em entrevista à Sports Illustrated, defende as revindicações da MLSUP, a União dos jogadores da MLS, “Eu apoio eles, falei com o Todd Dunivant (companheiro de Galaxy e membro executivo da MLSUP) e disse que sou 100% à favor disso. Nós todos devemos estar unidos”, afirmou o irlandês ainda em fevereiro. Dunivant assegura, em texto também da Sports Illustrated, que a questão é fundamental para a assinatura “O Free-agency tem de estar no acordo para que nós joguemos a primeira rodada”.

Expectativa

Mesmo sem nenhuma nova notícia em relção ao impasse, a equipe do Chicago Fire pegou o voo agendado para hoje à caminho de Los Angeles, para o jogo inaugural da MLS, contra o Galaxy, na sexta, o que pode sinalizar algum avanço na situação. Porém, até que as partes entrem em acordo a possibilidade de greve existe e o início da 20ª temporada da MLS, que promete ser a melhor edição da história da competição até agora, continua ameaçado.

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