Anuncios

 

Publicado em 06/03/2015

A 20ª temporada da MLS começa hoje (6) e a expectativa é que essa seja a edição mais interessante da liga até então. Novas equipes, como o Orlando City e o New York City chegam para tentar desbancar o atual campeão LA Galaxy, ou ao menos fazer frente a Seattle Sounders, New England Revolution e DC United, outras equipes apontadas como forças do campeonato. Novas estrelas, como Kaká, no Orlando City, David Villa e Lampard, no New York City, Steven Gerrard no LA Galaxy, Sebastian Giovinco, no Toronto FC, e os destaques que já atuam na liga, como Robbie Keane, do LA Galaxy, Obafemi Martins e Clint Dempsey do Seattle Sounders e Micheal Bradley, do Toronto FC são as principais atrações do torneio. A campanha #fillthebowl, do Orlando City lançada com o intuito de lotar seu estádio na partida inaugural da equipe contra o New York City que acontecerá no domingo, a partir das 17 horas e terá transmissão da ESPN+, foi bem sucedida e o estádio Orlando Citrus Bowl terá mais de 62 mil pessoas e lotação máxima na primeira partida das duas equipes na história da MLS.

A liga cresce e vai ganhando repercussão internacional como nunca antes, mas para se consolidar como uma das competições mais importantes do planeta, é preciso vencer alguns desafios culturais e técnicos, além de encarar de frente a missão de conquistar de vez o coração dos fãs do “soccer” nos Estados Unidos.

Tecnicamente o maior desafio das equipes da MLS é quebrar a barreira continental, sobrepujar os adversários da América Central com frequência, se tornar presença frequente no mundial de clubes da FIFA e conseguir bons resultados na competição até com um eventual título. Isso fará com que a liga seja vista com outros olhos pelo resto do mundo do futebol. A Concacaf Champions League segue o calendário europeu e desde 2000 não tem um representante da MLS como campeão, na ocasião o LA Galaxy levantou a taça, a atual edição está na fase semi-final e apenas o Montreal Impact sobrevive como representante da MLS na competição.

Culturalmente, sabemos que os norte-americanos não dão tanta bola para o resto do mundo, para as associações esportivas do país o auge da glória é, via de regra, vencer a competição nacional, caso das ligas de futebol americano, basquete, hóquei e baseball, o futebol é diferente, é global e para alcançar o patamar de grande competição no âmbito mundial será importante mudar essa visão, o que não é tarefa fácil. Pode ajudar a influência latina no futebol dos Estados Unidos, os imigrantes e descendentes compreendem melhor como o futebol funciona e certamente contribuirão com o processo, inclusive em outro aspecto que é tema de discussão de amantes do futebol por todo o mundo, a torcida.

As mudanças de perfil dos torcedores que frequentam estádios em todo o mundo incomodam os entusiastas da festa nas arquibancadas e colocam de um lado a organização e segurança e de outro a paixão do torcedor e o espetáculo das torcidas, cada vez mais raros no futebol, os norte-americanos são mais comportados nesse sentido em relação aos latinos. Como liga em ascensão, a MLS tem a oportunidade de achar um meio termo entre os dois, Marcos Peres, diretor de comunicação do Orlando City falou sobre o desafio “O Orlando City encara o torcedor como um consumidor exigente e busca superar suas expectativas. Nós tivemos a sorte de contar com o apoio de todas as torcidas organizadas, que se disponibilizaram a assinar o código de conduta lançado pelo clube no ano passado“, explica o diretor. No código,  não existem menções, por exemplo, da obrigatoriedade de o torcedor permanecer sentado, não são proibidas bandeiras e o uso de sinalizadores e fogos de artifício são permitidos com autorização oficial prévia, o regulamento conta também com o bom senso de quem frequenta/frequentará os jogos da equipe e pede a estes que “se abstenham de atividades que prejudiquem a reputação do Orlando City”.

A MLS precisa também ganhar mais espaço entre os próprios fãs de futebol do país, segundo Lennon Marques, brasileiro residente de Mineola, região de Nova Iorque, e que vive no país desde a infância, o interesse dos torcedores é pelo futebol europeu “quase todas as pessoas com quem eu já joguei futebol são latinos ou europeus. Onde moro, não ouço ninguém falar sobre a MLS, o pessoal que gosta de futebol está muito mais interessado no futebol europeu, sempre falando sobre o Real Madrid, Barcelona, etc”, conta. Sem esse público não será fácil conquistar novos horizontes.

Fica a expectativa de que a vigésima temporada da MLS ajude a liga a dar mais um passo rumo a novos patamares de competitividade e público.

Postar um comentário

 
Top